"Although it is not true that all conservatives are stupid people, it is true that the most stupid people are conservative." John Stuart Mill
02
Jun 12
publicado por Tó Zé, às 19:40link do post | comentar

Hoje, depois de assistir às notícias das sete na rádio renascença soube que o estádio da Luz estava cheio de adeptos devido ao jogo da seleção nacional. Como estava num táxi, ia a conversar com o motorista que, nunca deixou escapar uma ocasião para criticar as pessoas. Ele usou a velha máxima "Não há dinheiro, não há dinheiro, mas vai tud'à bola" e, de facto, ele tem razão. Com tão pouco dinheiro, as pessoas conseguem ir assistir aos jogos de futebol.

Na minha opinião, se gostam devem ir. Para explicar isto, pego em algo que o Lobo Antunes diz, as pessoas, na ânsia de escapar à crise e ao mundo real, vão assistir aos jogos de futebol, que lhes dão conforto.

Aquilo que eu questiono verdadeiramente é como é que Portugal consegue manter uma seleção de futebol, com todas as despesas que ela acarreta (jogadores, treinadores, médicos, assistentes, deslocações, infraestruturas, etc) e não é capaz de aumentar o orçamento dos museus de modo a que haja uma maior qualidade da cultura e do conhecimento em Portugal.

Questiono-me sobre este tema, da distribuição dos fundos para a cultura, sempre que vejo os jogos da seleção. Eu, sem poder fazer nada, vejo que enquanto muitos países investem em museus, em escolas, Portugal investe em jogos de futebol. Pergunto-me porquê. Por vezes penso encontrar a resposta. O nosso governo quer manter a população ocupada, sem pensar muito em política, enquanto pode afundar o país à vontade. No fundo, aplica apenas a política salazarista de entreter o povo.

Termino este texto com apenas uma frase. Há países que investem no futuro, há outros que o jogam numa bola.


01
Jun 12
publicado por Tó Zé, às 06:39link do post | comentar

Escrevo este texto depois de muito tempo afastado por uma única razão, começo a achar demais aquilo que o governo estava a fazer. Antes, limitava-se a destruir a vida de pessoas como eu, a classe média trabalhadora que paga os impostos. Agora quer destruir o acesso à saúde de milhares de portugueses em algumas áreas.

Isto é de loucos! Um governo Social democrata que veda o acesso em algumas áreas ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) enquanto aumenta os impostos é um governo aceitável? Eu acho que não.

Tenho apenas três pequenos argumentos contra esta medida, apresentada na notícia da Renascença aqui.

O primeiro argumento fala sobre a abertura de um precedente. Esta medida, ainda que apenas em algumas áreas, está a boicotar o SNS para a classe mais baixa da sociedade que depende do SNS para fazer quaisquer tratamentos. Ainda assim, se não fosse mal gerida, poderia não causar danos, exceto um, a abertura de um precedente para outras áreas do serviço, fazendo com que a médio prazo se destruísse o serviço.

O segundo argumento pega no ponto das cirúrgias estéticas. Compreendo que uma cirúrgia apenas para se ficar mais bonito/a não seja compartecipada pelo Estado, mas imaginemos que alguém ficava com problemas na cara, digamos, depois de um acidente de viação, o Estado deve pagar a cirúrgia ao cidadão. Ainda assim, um assunto que teria de ser bem legislado.

O terceiro argumento e para mim o mais importante, o Estado não pode reduzir os serviços aos cidadãos ao mesmo tempo que aumenta os impostos. Isso vai contra todos os princípios da direita e da esquerda. Na verdade, não sendo apoiante de Robert Nozick nem por lá perto, parece-me impensável que um governo diminua os serviços ao mesmo tempo que aumenta os impostos. Não consigo compreender onde entra a democracia cristã (do CDS) no desrespeito total aos eleitores, não falando de novo sobre o pseudoPSD.

Convido todos os portugueses, no dia da discussão desta matéria no parlamento a vaiar os deputados até se obter a interrupção da sessão, uma vez que não indo contra a Constituição esta medida vai prejudicar muito grande parte dos portugueses.


24
Abr 12
publicado por Tó Zé, às 18:58link do post | comentar

Quero dizer a todos que deixo um abraço a um grande homem, com um H mesmo muito grande.

Adeus Miguel Portas, todos sentiremos a tua falta, nunca serás esquecido por todos nós.

 

 

 

 

 

 

 

 


22
Abr 12
publicado por Tó Zé, às 19:13link do post | comentar

Decidi escrever este texto para dar as minhas felicitações a este governo. Finalmente alguém tem coragem, ainda que devido às circunstâncias, de aumentar o controlo do fisco sob os contribuintes.

Na verdade, eu, como apoiante do Estado Social, ou Estado Providência, acho que o executivo está a tomar boas medidas. Na realidade, o executivo aumenta a eficiência do sistema tributário não só por aumentar a vigilância e a fiscalização, mas também por conceder pequenas vantagens por se pagar impostos.

Pessoalmente, eu acho que deveria ainda haver outro tipo de medidas, medidas de condenação. Não estou a falar de multas ou de prisões, mas sim da perda total de direitos estatais e cívicos a quem puder pagar impostos e não o fizer por ganância. Na minha não tão modesta opinião, quem não paga impostos (por ganância, ou simples fuga) deve ser completamente excluído do sistema do Estado Português, o que significaria que não poderia inscrever os seus filhos na escola pública, não poderia ir a um hospital público sem pagar como se estivesse a usufruir dum hospital privado, não teria direito a reformas da Caixa Geral de Aposentações ou serviços semelhantes sob o controlo estatal, não teria direito sequer a chamar a polícia se a sua casa fosse assaltada.

Neste momento o leitor deve estar a pensar se eu não sou contra o próprio Estado Social. Na verdade, eu sou contra o opurtunismo de uma parte da população. Eu acredito que o Estado deve cumprir as suas obrigações para quem cumpre as obrigações com o Estado, desse modo, os contribuintes não teriam de pagar por injustiças. O Estado Providência só o deve ser quando os cidadãos o respeitam e o tentam manter, e não quando os cidadãos se aproveitam dele para enriquecer.

Relativamente a áreas como a agricultura (não quero generalizar), não sei se alguém que está a ler já viveu ou vive no Alentejo, mas todos os agricultores reclamam quando há mau tempo, mas nenhum pensa em pagar impostos quando está bom tempo, obviamente, num caso desses o Estado não deve pagar quaisquer subsídios, deve apenas dar condolências aos agricultores pelas opções que tomaram.

Este exemplo que eu dei dos agricultores, por ser um exemplo que conheço melhor, aplica-se a qualquer classe profissional, o Estado tem de prestar serviços a quem o quer, não a quem o desdenha, que geralmente acaba por se apoiar nele.


09
Abr 12
publicado por Tó Zé, às 13:33link do post | comentar

Estou hoje a publicar este texto, não devido a algum motivo em especial, mas sim porque fui visitar os meus pais, que moram perto do Bairro Alto (e desta vez fiquei mesmo irritado).

O prédio habitado pelos meus pais é praticamente devoluto, visto que só lá moram eles, para mais, está a uma esquina, assim, ficou o sítio ideal para os vendedores de droga. Durante anos, eles estiveram naquele sítio e quando os inquilinos do piso térreo do prédio abandonaram a casa, os monstros começaram a ocupá-la sucessivamente, noite após noite. Agora, o prédio está em obras e não se consegue que eles saiam dali.

Infelizmente, tudo isto traz uma questão preocupante, o fraco policiamento daquela zona (pelo menos aos fins de semana). Ainda no domingo, antes de entrar em casa dos meus pais vi dois polícias a fazer uma ronda, estranhamente, quando saí e fui às compras no Chiado, vi os mesmos dois polícias a fazer patrulha. Uma questão é, só há dois polícias a fazer o policiamento de toda aquela zona aos domingos?! Isto é impensável, que autoridades são estas no nosso país que têm uns poucos agentes para combater a criminalidade numa zona turística da cidade de Lisboa? Como é que a situação pode ter chegado a este ponto na nossa própria capital, nem a um quilometro do ministério da justiça ou da associação nacional de farmácias?

Depois preocupamo-nos com os jovens que consomem cada vez mais alcool e droga, mas não somos capazes de deter os traficantes nas prisões (que tanto dinheiro custam ao Estado). Não conseguimos tirar os traficantes dos locais onde os nossos filhos (e por vezes nós) saem à noite, onde lhes podem vender droga. É pena que o governo não queira ser acusado de ditador, porque eu não me importava nada que a polícia conseguisse alvejar aqueles traficantes durante as rusgas (acabava-se de uma vez por todas com o problema).

Na minha opinião, apolícia devia ter uma atuação muito superior, devia poder fazer o seu trabalho, mas, infelizmente, entre cortes nas despesas e ordens dos superiores, os polícias estão de mãos e pés atados para fazerem o trabalho que lhes compete: proteger os cidadãos da criminalidade nos locais onde vivem, trabalham e se divertem.


22
Mar 12
publicado por Tó Zé, às 10:35link do post | comentar

Eu, na minha acostumada santa ignorância, pergunto-me se a greve do dia de hoje traz alguma vantagem aos trabalhadores. Na realidade acho que não. No entanto, apesar de trabalhar numa empresa privada, fiz a greve. Estranhamente, acho que se devia, em vez de fazer greves, deixar de consumir bens como a eletricidade. Devemos mostrar que os portugueses precisam de dinheiro para consumir e reavivar a economia.

Na realidade, o país está a atravessar aquela que é talvez a mais exasperante situação económica dos últimos séculos. Durante a década de noventa, Portugal alimentou-se de subsídios europeus para atingir um estilo de vida fútil e superficial, na verdade, podemos agradecer a Cavaco por isso. Agora, bastou um colapso num banco norte-americano para se verificar que países como Portugal não têm condições.

Durante a década de noventa, Portugal fez um exasperante investimento em autoestradas, mas esqueceu-se de investir em meios de produção para se auto sustentar, em vez disso, usou as autoestradas para importar produtos mais depressa.

Agora, constato com felicidade que os portugueses elegeram, para os tirar da crise, o mesmo partido que os lá colocou. É para mim fantástico constatar que os portugueses, com todo o desrespeito que têm pelas ciências humanas, como a História, conseguem não observar os factos como eles são. Durante décadas, a população entregou o poder a políticos corruptos, com o único fim de manter este desenvolvimento de faz de conta da pressuposta e inexistente economia portuguesa.

Confesso que por trabalhar numa grande empresa me assisto no direito de dizer que não é a troika que é má, são os políticos e líderes portugueses que são incompetentes. Se nós queremos austeridade, podemos aplicar a lei do máximo (para quem não sabe, uma lei de Robespierre que reavivou a economia francesa durante a revolução), essa lei, poderia tabelar os salários públicos num máximo de 3500€, por exemplo, e tabelar as reformas com um máximo de 2000€, independentemente daquilo que se descontou, se temos de poupar, então poupemos nos sítios corretos. Também podemos tabelar salários no privado, ordenado mínimo de 1000€ por mês, ordenado máximo de 6000€ por mês, assim, não se pagavam balúrdios e havia uma maior distribuição de riqueza pelos trabalhadores.

Essa maior distribuição de riqueza levaria os portugueses a terem mais dinheiro para gastar, provocando uma imediata reabilitação dos setores do comércio. Se se crissem leis para percentagens de produtos nacionais e do exterior, talvez se reabilitasse assim os outros setores portugueses. Desse modo, estariamos a criar mais emprego e talvez o governo pudesse diminuir o valor pago por cada português nos impostos ao Estado.

É claro que também sou a favor que todas as empresas que negoceiam em Portugal paguem impostos em Portugal, independentemente do local recebedor dos lucros. Também acho que empresas com mais de um milhão de euros de lucros paguem quarenta por cento de impostos ao Estado.

Do mesmo modo, o Estado deve dar vantagens às empresas que exportem, que invistam na investigação no nosso país e que paguem bem a todos os trabalhadores, desde a empregada da limpeza, ao CEO.

Só com aquilo que escrevi anteriormente é que acho que Portugal tem condições para se desenvolver e voltar a ter uma classe média em força, infelismente, duvido que o partido social democrata leve a social democracia tão ao extremo, como fazem os do norte da Europa. 


22
Fev 12
publicado por Tó Zé, às 10:15link do post | comentar

Numa altura em que se volta a falar de greves na CP e em que as pessoas voltam, como cães raivosos a pedir a tirania das privatizações, visto que só isso pode salvar o que resta dos transportes, eu continuo a defender não só o público como os grevistas.

Começando pelos grevistas, acho que eles devem lutar pelos seus direitos, mesmo que isso implique regalias estapafúrdias (o que eu duvido é que essas regalias sejam assim tão descabidas). É verdade que em tempo de crise TODOS temos de fazer sacrifícios, espera-se isso de TODOS incluindo os governantes e os donos de cadeias de supermercados holandesas. Não percebo por que razão os funcionários da CP não podem ter regalias mas os gestores podem ter carros de serviço caríssimos, que em nada contribuem para o desenvolvimento da empresa em questão. Não entendo porque reclamamos com ordenados um pouco acima da média quando os gestores de empresas públicas ganham o que ganham.

Quando falei que todos devem fazer sacrifícios, falei nos governantes e nos donos de supermercados, é óbvio que podem-se efetuar reformas salariais que convertam ordenados de 7000€ por mês ou acima desse valor num máximo salarial público de, por exemplo, 4000€ por mês. O Estado pode criar uma lei do máximo apenas inerente ao Estado e às empresas públicas, é claro que esse teto máximo incluiria lá dentro todos os subsídios e bónus que os trabalhadores pudessem receber. O exemplo só tem de vir de cima para todos nós o aceitarmos. Se pessoas como o Paulo Portas abdicarem de grandes ordenados, talvez quem está mais abaixo não se queixe ao seguir o exemplo. É claro que uma lei assim deve ser aplicada a todo o Estado e não apenas aos "chulos dos grevistas", como dizem muitos cães raivosos.

Descendo ao patamar das reformas administrativas e privatizações, assumo que deve ser o Estado a controlar tudo o que ainda controla, sem intenção de obter lucro. Os transportes públicos não são exceção e é verdade que são necessárias algumas reformas. Por exemplo, em Lisboa existe a Carris e o Metro, se unirmos os dois, poupamos de imediato em toda a cadeia de gestão, depois, podemos realmente suprimir algumas carreiras de autocarros que não fazem falta devido ao Metro e colocar os autocarros, com os mesmos custos em locais da cidade onde sejam necessários à população. O sistema de transportes deve ser reformado com eficiência e não com cortes cegos na despesa.

Assumo inteiramente que o Metro não precise de tantas carruagens fora da hora de ponta e pode realmente andar mais devagar. Mas também assumo que a gestão dessa empresa pública deve ser mais comedida nos custos de carros de serviço, se realmente os transportes são assim tão bons, podem usá-los para irem até aos locais necessários dentro da cidade. Se precisarem de transportes só para eles dentro da cidade significa que não conseguem usar os apregoados maravilhosos transportes públicos.

Também assumo que as pessoas possam contribuir para melhorar os transportes públicos dando sugestões e até não estando demasiado tempo a conversar à porta do comboio, como vi uma vez na linha de Cascais, ou entram ou saem, mas rapidamente. Se calhar, o problema não é dos trabalhadores, é dos gestores que não sabem gerir convenientemente as empresas do Estado (ou que têm ordens para o fazer mal e assim justificar privatizações junto da opinião pública).

Com este texto quis demonstrar que realmente muito está mal neste país, mas, devemos melhorar e não atirar as culpas a quem trabalha como nós.

 

Aqui vão os ordenados da CP:

http://www.sinfa.org/cp_carga_01.pdf

 

E aqui os da Carris:

http://www.sitese.pt/webuploads/docs/523/ficheiro/Carris.pdf

 

Infelizmente não encontro nenhuma tabela fiável relativa aos vencimentos do metropolitano de Lisboa. Com tabela viável assumo algo publicado pela direção da empresa, pelo Estado ou por um sindicato, em contrapartida, para quem quiser disponibilizo informações do Correio da manhã (que todos conhecemos por ser um jornal de confiança e nada sensacionalista) num blog que encontrei na internet com dados relativos a 2006:

http://www.contra-brecagem.com/forum/index.php?topic=569.0


20
Fev 12
publicado por Tó Zé, às 08:34link do post | comentar

Depois de ter lido no website do Diário Económico a notícia sobre o jornalista da TVI que sofreu represálias por dar a conhecer ao mundo algo que até é importante, pelo menos para nós, questionei-me sobre o direito à informação.

Quando os paparazzi seguem as pessoas de modo a saberem tudo sobre as suas vidas privadas para contarem nas revistas, temos a aceção clara de que é ilegal, ou pelo menos não é ético. No entanto, aqui estamos perante o caso de um repórter de imagem que gravou uma conversa entre dois ministros, numa sala pública, sobre um tema que diz respeito tanto aos contribuintes portugueses como alemães.

Se no primeiro caso considero, como já disse, que não é ético, no segundo, acho que é perfeitamente ético o jornalista passar ao mundo uma informação importante. Todos os portugueses e alemães têm o direito de saber se vai realmente haver um novo empréstimo a Portugal para pagar as contas. E mais, todos os europeus têm o direito de saber por que razão essa discussão não é pública, no Parlamento Europeu, mas sim numa conversa privada entre dois ministros. Os europeus devem ainda saber se realmente a Alemanha está realmente a controlar o poder europeu através da economia, ao ponto de já não se usar os canais europeus mas sim a conversa com o próprio ministro alemão.

Depois deste desvio ao tema do texto, quero concluír que realmente o jornalista não cometeu nenhuma falta, a nível ético, limitando-se a mostrar em primeira mão ao mundo um tema que nos afeta a todos. Coloca-se ainda outra questão que é talvez ainda mais importante, será que a Europa está a entrar num estado quase salazarista em que os governantes têm de tomar as decisões longe do povo mas para "bem do povo", será que a Europa está a entrar num estado político igual àqueles que sempre lutou para serem destruídos? Esperemos que não, porque pelo menos eu, ainda gosto demasiado da Europa para deixar que isso aconteça, e espero que todos os europeus estejam comigo.


15
Fev 12
publicado por Tó Zé, às 18:58link do post | comentar

Hoje, o Irão decidiu bloquear o petróleo iraniano a seis países europeus, entre os quais Portugal. Confesso que já estava, como muitas pessoas a aguardar esta decisão. Mas, o que me preocupa são as consequências políticas e militares desta decisão no Médio Oriente e no mundo ocidental.

Ainda que a cotação do barril de petróleo na bolsa tenha subido (como é de esperar numa situação destas) a economia não me preocupa muito porque decerto o ocidente comprará petróleo a outros países, não comprometendo assim as economias ocidentais.

O grave problema é que o Irão não vai parar por aqui. Provavelmente, se nós os continuarmos a chatear com o programa nuclear, o Irão fechará o estreito de Ormuz e aí, os grandes salvadores (EUA) entrarão em auxílio do mundo livre e civilizado começando uma guerra. Mais grave é o facto de os países árabes estarem em «rebuliço» e pelo menos uma ex-ditadura já vai basear a sua constituição na Sharia, o que a pode unir ao Irão como teocracia islâmica. Se isso acontecer, poderemos estar perante uma grave guerra entre o mundo árabe e o ocidente que se prolongará por alguns anos.

Obviamente, a Europa pode evitar esta situação se, de início (ou agora), não apoiar as decisões diplomáticas e militares dos EUA, algo que não faremos por motivos económicos. A Europa está em crise e precisa da economia de guerra para voltar ao seu auge, para isso, inventámos um conflito, provocámo-lo e vamos sofrê-lo.

Ainda assim, acredito que os governos tentarão de futuro evitar o conflito por agora e deixarão o primeiro ato para Israel.

Relativamente ao programa nuclear em si, acho incompreensível este súbito interesse do ocidente pelo Irão (a não ser pelos motivos dos parágrafos anteriores) e acho realmente que em vez de andarmos naquela caça ao armamento nuclear dos árabes (lembram-se do armamento iraquiano) e olhar para a realidade: Israel tem pelo menos uma bomba atómica (oferecida pelos EUA) e não tem inspeções da agência internacional de energia atómica. Infelizmente, esses são aliados dos EUA.

Para finalizar, espero que tenhamos consciência daquilo que estamos a provocar no mundo graças à nossa sede por uma economia saudável, e também que saibamos quantos jovens podem vir a morrer nesta guerra, a existir.


13
Fev 12
publicado por Tó Zé, às 14:24link do post | comentar

Aqui estou eu, na minha santa ignorância a escrever outro texto sobre a crise. Acho que este tema já me deveria ter passado, uma vez que a crise já tem cerca de cento e vinte anos.

Tenho a dizer que fui, com todo o prazer, à manifestação de dia onze no Terreiro do Paço e, constatei que não estava lá muita gente. Vi apenas lideres a tentarem-se iludir acerca do tamanho da manifestação. Mas, o novo lider da CGTP disse algo muito interessante, que devia passar na televisão, mas não acontece. Ele disse que quem emprestou dinheiro a Portugal era agiota, e realmente tem razão. Para além do elevadíssimo valor de taxas de juros, sendo Portugal um país pertencente ao FMI é para mim incompreensível que, se pagamos as cotas não nos dêem o nosso próprio dinheiro para nos salvarmos. Enquanto temos de dar, somos membros, mas quando temos de receber, somos incumpridores que só têm de ser explorados com o dinheiro que nós próprios pagámos. É um pouco como se eu depositasse o meu dinheiro num banco e depois, para o levantar, tinha de pagar ainda mais ao banco.

Para Portugal, aquele parágrafo é correto, e nós é que estamos mal.


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