De acordo com a notícia avançada pela SIC de que Kim Jong-nam disse que o regime está perante um colapso eminente, tenho a dizer que não concordo com essa notícia.
Primeiro por uma falha técnica, a Coreia do Norte não é a única ditadura comunista do mundo. Apesar de a China ser aquilo que é, um estado capitalista de estado, ou seja, um país altamente capitalista cuja economia é controlada por um conjunto de pessoas que diz representar toda a população. Mas, Cuba continua a ser um país comunista, uma vez que continua a ser um país pobre e bastante pouco desenvolvido, mas com os melhores médicos do mundo e condições de vida para a população, mesmo com o bloqueio dos EUA.
Tirando esta falha técnica, a Coreia do Norte não é de todo um regime aberto, como tal, podemos aplicar o regime do livro 1984 a esse país. De facto, a Coreia do Norte continua em guerra com a Coreia do Sul, o que dá ao Estado um inimigo para apresentar à população, o capitalismo. Depois, a Coreia do Norte, tem uma economia débil, que como disse Kim Jong-nam, não consegue alimentar os cidadãos, mas, o novo ditador pode culpar de novo o capitalismo como grande inimigo da pátria.
Infelizmente, não me parece que o novo líder vá fazer reformas no país, portanto, as pessoas não vão tomar consciência da forma como estão a ser enganadas.
Não quero que com este texto o leitor pense que eu estou a defender o regime norte coreano, porque apesar de eu ser comunista não sou insensível e ditador para o próprio povo, apesar de gostar de viver num estado completamente igualitário, não o quero impor às pessoas, até acho que a melhor forma de governo em democracia é uma social democracia (pura, não como a portuguesa).
No entanto, questiono-me se o destino daquele povo poderá estar assim tão mau. Um novo líder pode sempre ser um sinal de esperança, podendo até ser que este saiba governar e dê realmente qualidade de vida à população, mas duvido
Esperemos que de qualquer modo aquelas pessoas voltem a ter comida ao fim de tanto tempo.
Deixo também um aviso para nós, ocidentais. Aquelas pessoas não foram obrigadas a chorar, elas gostavam do líder porque eram manobradas para tal pelo governo.
Um outro aviso é que apesar de querermos um regime livre, tenho a certeza de que não queremos entrar numa ditadura de extrema direita, algo que como em muitas das situações de crise na Europa, está a voltar a acontecer. Não quero novos Hitlers, mas desta vez com o consentimento da Europa. Quero uma Europa estável e unida onde todas as pessoas possam eleger os seus líderes em democracia, não governos tecnocratas impostos pelo exterior e pela economia como na Grécia e na Itália.