Escrevo este texto depois de muito tempo afastado por uma única razão, começo a achar demais aquilo que o governo estava a fazer. Antes, limitava-se a destruir a vida de pessoas como eu, a classe média trabalhadora que paga os impostos. Agora quer destruir o acesso à saúde de milhares de portugueses em algumas áreas.
Isto é de loucos! Um governo Social democrata que veda o acesso em algumas áreas ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) enquanto aumenta os impostos é um governo aceitável? Eu acho que não.
Tenho apenas três pequenos argumentos contra esta medida, apresentada na notícia da Renascença aqui.
O primeiro argumento fala sobre a abertura de um precedente. Esta medida, ainda que apenas em algumas áreas, está a boicotar o SNS para a classe mais baixa da sociedade que depende do SNS para fazer quaisquer tratamentos. Ainda assim, se não fosse mal gerida, poderia não causar danos, exceto um, a abertura de um precedente para outras áreas do serviço, fazendo com que a médio prazo se destruísse o serviço.
O segundo argumento pega no ponto das cirúrgias estéticas. Compreendo que uma cirúrgia apenas para se ficar mais bonito/a não seja compartecipada pelo Estado, mas imaginemos que alguém ficava com problemas na cara, digamos, depois de um acidente de viação, o Estado deve pagar a cirúrgia ao cidadão. Ainda assim, um assunto que teria de ser bem legislado.
O terceiro argumento e para mim o mais importante, o Estado não pode reduzir os serviços aos cidadãos ao mesmo tempo que aumenta os impostos. Isso vai contra todos os princípios da direita e da esquerda. Na verdade, não sendo apoiante de Robert Nozick nem por lá perto, parece-me impensável que um governo diminua os serviços ao mesmo tempo que aumenta os impostos. Não consigo compreender onde entra a democracia cristã (do CDS) no desrespeito total aos eleitores, não falando de novo sobre o pseudoPSD.
Convido todos os portugueses, no dia da discussão desta matéria no parlamento a vaiar os deputados até se obter a interrupção da sessão, uma vez que não indo contra a Constituição esta medida vai prejudicar muito grande parte dos portugueses.